Transplante de cabelos, Implante capilar, Microtransplante capilar, Cirurgia da calvície
A calvície ou alopécia androgenética é uma condição que afeta mais homens e está relacionada aos hormônios sexuais, principalmente, a testosterona. O transplante capilar é o tratamento cirúrgico da calvície. Nesta cirurgia plástica, fios de cabelo, geralmente da parte posterior do couro cabeludo (área doadora), são transplantados em área onde houve perda total ou parcial dos cabelos (área receptora).
A moderna cirurgia da calvície visa à obtenção de um resultado mais estético e natural. O temível aspecto do “cabelo de boneca” não ocorre mais. Dentre os cuidados tomados, podemos citar:
(1) uso de linhas quebradas no traçado da parte anterior da área calva,
(2) complementação capilar das partes laterais da cabeça,
(3) uso de unidades foliculares finas e delicadas,
(4) distribuição das unidades foliculares bem próximas umas das outras na linha anterior da área calva,
(5) manutenção da direção natural do crescimento dos fios.
Esse procedimento requer equipe especializada, que se divide em um grupo para dissecar as unidades foliculares e outro para implantá-las.
Durante a cirurgia, são transplantados milhares de fios de cabelo. O cabelo utilizado é sempre do próprio paciente. Em calvícies mais extensas é impossível a restauração capilar completa, pois o número de unidades foliculares obtidas da área doadora é insuficiente para cobrir toda a área calva. Entretanto, a distribuição de forma estratégica das unidades foliculares associada a novas sessões de transplante capilar (mínimo de 8 meses entre uma cirurgia e outra) ajudam a alcançar um resultado mais satisfatório.
Transplante capilar: FUT x FUE
A técnica Strip ou FUT (Follicular Unit Transplantation) é a técnica clássica de transplante capilar e continua sendo a mais realizada. Outra técnica utilizada para o transplante capilar é a FUE (Follicular Unit Extraction), na qual não é realizada incisão para retirar faixa de tecido na área doadora. Desta forma, não há cicatriz linear no couro cabeludo. Na FUE, as unidades foliculares (UFs) são removidas por meio de pequenas incisões arredondas ao redor destas (menores que 1mm). Neste processo, o respeito à direção do nascimento dos fios é indispensável para evitar sua transecção.
A FUE se subdivide em simples e robótica (Robotic FUE). Na FUE simples, as unidades foliculares (UFs) são extraídas por meio de um micropunch (aparelho com pequena lâmina redonda cortante), já na FUE robótica, estas unidades são retiradas por uma máquina constituída por um braço robótico, comandada por sofisticado software. Neste caso, um programa realiza através do laser um “scanning” da área doadora do paciente e identifica as UFs a serem extraídas. Cabe ao médico ativar o processo de extração destas unidades, realizada pela máquina. O robô necessita ser calibrado e constantemente supervisionado. Tanto na FUE simples, quanto na FUE robótica, as unidades foliculares extraídas são separadas e transplantadas como na técnica clássica, ou seja, pelo cirurgião com o auxílio de sua equipe.
FUT (técnica clássica) | FUE simples | FUE robótica | |
---|---|---|---|
Duração da cirurgia | Menor tempo. | Maior tempo. | Tempo intermediário. |
Presença do cirurgião | Indispensável. | Indispensável. | Indispensável. |
Necessidade de raspar o cabelo | Não. | Sim. | Sim. |
Necessidade de pontos | Sim, para fechar a área doadora. | Não. | Não. |
Áreas doadoras de UFs | Nuca e laterais do couro cabeludo. | Qualquer área com UFs. | Nuca (única região utilizada). |
Extração das UFs | Realizada pelo cirurgião e sua equipe. | Realizada pelo cirurgião e sua equipe. | Realizada pelo robô (facilita o trabalho do cirurgião). |
Implantação das UFs | Realizada pelo cirurgião. | Realizada pelo cirurgião. | Realizada pelo cirurgião. |
Qualidade das UFs | Depende do treinamento do cirurgião e de sua equipe. | Depende do treinamento do cirurgião e de sua equipe. | Depende da calibragem do robô e do treinamento do cirurgião e de sua equipe. |
Quantidade das UFs por cirurgia | Mais UFs por cirurgia. | Menos UFs por cirurgia. | Número intermediário de UFs por cirurgia. |
Cicatriz | Com cicatriz linear na área doadora, que normalmente fica camuflada pelos cabelos. | Sem cicatriz visível na área doadora, mesmo com o cabelo raspado. | Sem cicatriz visível na área doadora, mesmo com o cabelo raspado. |
Custo | Menor custo das 3 técnicas. | Custo intermediário. | Maior custo das 3 técnicas. |
Possibilidade de novas cirurgias | Pode ser realizada até 3 ou 4 vezes e depende da elasticidade da área doadora. | Pode ser realizada várias vezes e não depende da elasticidade da área doadora. | Pode ser realizada várias vezes e não depende da elasticidade da área doadora. |
Maiores limitações | Presença de cicatriz na área doadora e dependência da elasticidade desta área. | Maior tempo cirúrgico e obtenção de menos UFs por cirurgia. | Dependência da calibragem do robô e custo muito elevado. |
Utilização da técnica | É a mais utilizada em nossa rotina. | É pouco utilizada em nossa rotina. | Ainda não está incluída em nossa rotina. |
Técnica cirúrgica
• Marcação de longa faixa de couro cabeludo na região posterior da cabeça (fuso com cerca de 1 a 1,5cm de largura, podendo ir de uma orelha a outra), repleta de fios de cabelo mais resistentes, que não caem com o tempo (área doadora).
• Marcação da área calva que receberá os fios de cabelo (área receptora).
• Antissepsia + anestesia.
• Incisão + ressecção da faixa de couro cabeludo.
• Revisão do sangramento e fechamento da área doadora.
• Dissecção cuidadosa sob visão de lentes de aumento ou de microscópios para a retirada de enxertos de fios com suas raízes intactas (unidades foliculares).
• Transplante das unidades foliculares fio por fio na área desejada (área receptora), através da utilização de agulhas acopladas a um bisturi (transplante fio a fio).
• Na técnica FUE, as unidades foliculares são removidas da área doadora por meio de pequenas incisões arredondas ao redor destas (menores que 1mm), sem retirada de faixa de couro cabeludo. Em alguns casos, pode-se associar a técnica FUT com a FUE.
Antes da realização de qualquer cirurgia plástica, é importante que o paciente siga as orientações pré-operatórias.
- Após conversar com seu médico e esclarecer todas as suas dúvidas, ele lhe indicará alguns exames de rotina que deve ser feitos no máximo 3 meses antes da cirurgia. Uma avaliação clínico-cardiológica (risco cirúrgico) também será solicitada. Em casos determinados, podemos pedir outro exame específico que possa ajudar no esclarecimento de algum diagnóstico.
- Comunique se você é portador de alguma doença ou se está com alguma infecção. Informe todos os medicamentos que você faz uso rotineiro. Comunique qualquer anormalidade ou uso recente de medicamentos, alergias medicamentosas ou alimentares.
- Não use, por no mínimo 15 dias, medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS), anticoagulantes, corticóides de uso prolongado ou medicamentos para emagrecer. Em caso de tabagismo, o cigarro deverá ser interrompido 15 a 30 dias antes da cirurgia.
- Evite ingerir bebidas alcoólicas e comidas gordurosas na véspera da cirurgia. Inicie jejum 10 horas antes da cirurgia (nem água). No dia da cirurgia, evite o uso de cremes faciais ou corporais, bem como maquiagem ou esmalte escuro. Na véspera da cirurgia tome banho usando um sabonete antisséptico.
- Chegue ao hospital no mínimo 30 minutos antes do horário da cirurgia, para a sua internação. Leve no dia da cirurgia os exames pré-operatórios, o risco cirúrgico, o termo de consentimento datado e assinado. Leve os objetos recomendados pelo seu médico, tais como: malhas e meias compressivas, óculos escuros, etc. Trazer uma bolsa para guardar os objetos de uso pessoal também é aconselhável.
- Não use acessórios metálicos como anéis, alianças, brincos, piercings, pulseiras ou colares no dia da cirurgia. Venha com roupas confortáveis e folgadas, que não precisem ser colocadas pela cabeça, pois serão utilizadas quando receber alta.
- Venha com um acompanhante ou comunique na recepção o nome e o telefone de uma pessoa que possa vir buscá-la(o).
Quer imprimir? Clique e faça o download: Orientações pré-operatórias.
O paciente poderá retornar às suas atividades já no dia seguinte. Não serão usados curativos. A recuperação será tranquila e o pós-operatório indolor, na maioria das vezes. Cuidados para lavar a cabeça e pentear os cabelos no pós-operatório recente serão necessários. Os cuidados posturais e a drenagem linfática permitirão a absorção do inchaço na primeira semana.
Leia mais:
Orientações sobre transplante capilar
- Não serão usados curativos. Normalmente não haverá dor após a cirurgia.
- Evite dirigir nos primeiros 3 dias de pós-operatório.
- Após a alta, será importante o repouso no leito ou em cadeira reclinável. Ao deitar, mantenha a cabeceira elevada 30º por 5 dias. Durma sem comprimir as regiões operadas contra o leito.
- No dia seguinte à alta, você já poderá tomar seu banho de corpo inteiro, lavando inclusive as regiões operadas, sem esfregá-las, utilizando o sabão receitado. Lave cuidadosamente as feridas operatórias (áreas com pontos). Jamais use duchas de jato forte na área operada. Complete o banho com o sabonete normal.
- Tenha sempre uma toalha de rosto limpa separada para enxugar a área operada e uma toalha comum para enxugar o resto do corpo. Na área operada, comprima levemente ao enxugar e não esfregue. Também será necessário cuidado ao pentear os cabelos.
- A partir do 1º dia pós-operatório, não haverá necessidade de repouso no leito. Retorne às suas atividades normais, respeitando os limites referidos.
- Será provável o surgimento de inchaço (edema) nas áreas operadas, o qual desaparecerá com o passar do tempo. O inchaço poderá descer nos 4 primeiros dias, chegando até as pálpebras. Isto é o normal e não deverá ser considerado como um problema. Sua resolução poderá ser acelerada com sessões de drenagem linfática.
- Haverá formação de crostas junto aos implantes, as quais não deverão ser removidas em hipótese alguma. Aos poucos elas cairão sozinhas (por volta de 10 a 12 dias), deixando os fios integrados.
- A exposição solar deverá ser evitada nos primeiros 30 dias após a cirurgia. O uso de bonés ou chapéus é recomendado. O uso de protetor solar também é aconselhável.
- Atividades físicas mais intensas só deverão ser reiniciadas 3 meses após a cirurgia (exemplos: natação, corrida, musculação, esportes com bola).
- Até cerca de 2 meses os fios transplantados cairão, voltando a crescer algumas semanas depois de forma definitiva (com cerca de 3 meses). É uma fase de ansiedade natural que será contornada com o conhecimento das informações evolutivas da cirurgia da calvície.
- Normalmente, recomendamos o uso de alguns produtos que estimulam o crescimento capilar e tudo isso lhe será orientado pelas receitas.
- Você deverá retornar ao consultório médico regularmente, conforme o solicitado, para a retirada dos pontos e avaliação da evolução da cirurgia.
- Após a retirada dos pontos, inicie a realização de massagens das cicatrizes com o óleo prescrito. Em alguns casos, cuidados especiais com as cicatrizes serão necessários.
- O resultado de sua cirurgia dependerá muito do seguimento correto dessas orientações. Qualquer dúvida, entre em contato com o seu médico.
Transplante capilar
Perguntas Frequentes
A indicação mais comum do transplante capilar é em casos hereditários de queda de cabelo (calvície androgenética), que ocorre em muitos homens e em algumas mulheres. O transplante capilar também pode ser indicado na reconstrução do “pé do cabelo” ou costeleta após o lifting facial (rejuvenescimento da face), no aumento da densidade da barba (transplante de barba), na correção de sobrancelhas ralas ou falhadas (transplante de sobrancelhas) e na camuflagem de cicatrizes e falhas no couro cabeludo (reconstrução de cabeça e pescoço). É importante salientar que alguns tipos de falhas de cabelo são de tratamento clínico (exemplos: alopécia areata ou alopécia causada por fungos).
Normalmente, a idade recomenda é acima dos 18 anos. Geralmente, os pacientes que procuram este tipo de procedimento já são adultos.
A anestesia local associada à sedação é a mais utilizada, mas a cirurgia também pode ser realizada sob anestesia geral.
O transplante capilar realizado de acordo com a técnica clássica, dura cerca de 5 a 6 horas. Já com a técnica FUE, o procedimento pode durar acima de 6 horas.
O tempo de internação é de 8 a 12 horas. Normalmente, o paciente é liberado no mesmo dia.
Na técnica clássica (FUT), a retirada dos pontos da área doadora é realizada 12 a 14 dias após a cirurgia. Na técnica FUE não há necessidade de pontos.
As complicações pós-operatórias são raras. Dentre elas podemos citar: hematoma, infecção, alterações cicatriciais, etc.
Na técnica clássica, a cicatriz da área doadora fica escondida entre os cabelos e, geralmente, é fina. Os fios transplantados cairão em um período de 30 dias para depois voltarem a crescer, a partir de 2 a 3 meses. O resultado definitivo é observado a partir de 6 a 8 meses. Os novos fios transplantados não sofrerão influência hormonal.